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sábado, 15 de março de 2014

Soneto 18 (William Shakespeare)

Será que eu te comparo a um dia de verão?
Mais lindo és tu, mais constante é a tua perfeição.
Ventos ásperos desfolham os botões de rosa-de-maio
E o verão é de curtíssima duração.

Às vezes o sol esquenta bastante,
Outras por trás das nuvens passa a clareza;
E em certo momento o que é lindo perderá sua beleza,
Pela tristeza ou pelas leis da Natureza.

Mas tua aparência jovem não chegará ao fim,
Nem mesmo a posse da tua beleza,
Nem a morte reinvidica por conta própria,

Porque no meu eterno verso tu viverás com certeza.
Enquanto houver um monte de gente neste lugar,
Este poema será o mesmo e imortal lhe fará.


(Tradução de Tatianna Raquel) 


sábado, 19 de outubro de 2013

"Pela Luz dos Olhos Teus" (Vinícius de Moraes)

O poeta Vinícius de Moraes (1913-1980) é um dos mais importantes poetas do Século 20. Fez um monte de poemas (algumas musicadas como canções) ao longo dos anos, como Garota de Ipanema (com Antônio Carlos Jobim), Se todos fossem iguais a você e muitos outros poemas. Seus últimos trabalhos incluem A Arca de Noé (1975, musicado por Toquinho e lançado em vinil três meses depois de sua morte em 9 de julho de 1980). (Se Vinícius estivesse vivo, faria hoje cem anos.) De todos os poemas dele, selecionei um lindo poema romântico, Pela luz dos olhos teus (1977), que estou compartilhando com vocês. 


PELA LUZ DOS OLHOS TEUS (1977)
Vinícius de Moraes

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai, que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá
O encontro desse olhar
Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus
Me sinto incendiar

Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais larirurá
Pela luz dos olhos teus
Eu acho, meu amor
E só se pode achar
Que a luz dos olhos meus
Precisa se casar

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Riyu Tyango, o Astro do Dragão


Quando eu tinha catorze anos,
Eu desenhei teu esboço no papel A4,
Várias tentativas e nada!
Tive mesmo que rasgar o esboço do meu desenho em pedaços pela janela,
O vento nordeste os levou para o céu,
Mais além do horizonte azul,
E chegou ao Hemisfério Norte,
Cruzou a Europa, cruzou a Ásia e chegou ao Japão,
Chegou a Shizuota e Yamanashi, junto ao Monte Fuji
E seu esboço começou a ganhar vida
E a estrela te deu brilho, energia e vida
E entre os nove habitantes do mar celestial você surgiu:
Riyu Tyango, o astro do dragão, o cara escolhido pra ser meu amigo!
Você veio do outro lado do mundo pro meu país numa velocidade da luz,
Pousou no Emissário Submarino
Na praia do José Menino
E se instalou na tenda do Tōkyō Space
Onde você ficou com seus conterrâneos por poucos dias.
Tive que ir até o Emissário
Só pra te procurar.
Fui ás praias do Boqueirão, Gonzaga e José Menino
Até que encontrei o Emissário Submarino
E encontrei o Tōkyō Space e fiquei maravilhada,
Doida pra vê-lo pessoalmente.
Mas ao chegar lá, você partiu pro mar celestial
E me deixou sozinha
E só o que restou no Emissário
Foi a tenda do Tōkyō Space semi-fechada
Junto às poças d'água do que sobrou da chuva e do vento.
Mas você deixou no Emissário
Junto ao mar
Um tesouro azul seu que jazia em seu pulso:
Um prisma azul que eu guardo no meu coração e comigo;
Um prisma azul do mar celestial.
Nem a distância acaba com nossa amizade nem com sua bela aparência jovem
E muito menos o brilho e a energia azul positiva do teu mar celestial,
Porque nossa amizade entre mim e você, sua linda aparência, o brilho e a energia azul
Serão eternizados nos versos do meu poema e do poema de seus conterrâneos.
Enquanto houver o mar celestial no horizonte azul,
Minha estrofe viverá e vida irá te dar
Pois no mar celestial lá está você,
Brilhando como uma estrela brilha e há de brilhar.




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Trívia:

Primeiro poema/conto/tema livre com o personagem Riyu Tyango, criado no final de 1991 a partir do hit asiático "Jungle (Sussa!)". O personagem nipônico (que além de animar as pistas de dança e fazer sucesso no Japão conforme diz a concepção criada em 1992 também brilha como um astro do dragão), com sua bela aparência jovem que lembrava o personagem Bun ("Gô" na dublagem brasileira, mas o chamamos originalmente de Bun) da série super sentai "Chōsinsei Flashman" (TV Asahi, 1986-1987, 50 episódios) e o ator japonês que o interpretou, Jo Ishiwatari (que encantou os telespectadores como ator desde o fim da era Shōwa até 1995, quando a carreira de ator entrou em decadência), foi criado por mim por três motivos: escrever um livro sobre ele e seu lance com sua Samai para dá-lo a Ari Mitsuo Uno (que trabalhou no Banco do Brasil em Santos naquela época), gravar três volumes do primeiro audiolivro da minha autoria no formato cassete (gravado em 26 de janeiro de 1992) e, dois anos depois, escrever um conto/história/conceito (escrito em 25 de novembro de 1994) voltado ao público japonês que, embora elogiasse esse personagem e seu conto, reclamava da falta de um japa nas pista de dança e no mar celestial.



Jo Ishiwatari nasceu em Tōkyō, Japão, em 11 de fevereiro de 1967 (tem 46 anos hoje) e foi ator de filmes e séries da TV entre 1985 e 1995. Seu famoso papel é de Bun/Blue Flash, da série Choushinsei Flashman, que o tornou famoso. Hoje vive com sua mulher e filhos em Tōkyō.




O conceito original deste conto poético, escrito em 25 de novembro de 1994, falava do mesmo personagem que veio para arrasar nas pistas de dança junto com os amigos e animar a galera dance music dos anos 90. O enredo só foi descoberto por mim quase 20 anos mais tarde, quando dei umas alteradas no tema, reescrevi o conto poético e aí surgiu um conto diferente, combinando a ideias do meu conceito para um tema livre do mesmo título.

O Tōkyō Space, fundado no final dos anos 80 (e voltado aos fãs de tokusatsu em geral), existe até hoje e tem seu próprio site: http://www.tokyospace.com.br/ Em 1992, o Tōkyō Space esteve aqui em Santos (São Paulo) - e mais exatamente no Emissário Submarino na praia do José Menino - com o circo-show Choushinsei Flashman e Spielvan (ou Juspion 2) - daí uma fonte de inspiração para este conto. Enquanto isso o Emissário Submarino é aberto ao público. É no Emissário onde tem o Monumento Tomie Ohtake, que também celebra o aniversário da imigração japonesa no Brasil, que ocorreu em 18 de junho de 1908.

Os três volumes do audiolivro Riyu Tyango em fita cassete se perderam no lixo em 1994, só sendo adaptados e ressuscitados para o conto/poema/tema-livre, aqui disponível no formato Mp3 e também nos formatos Rich Text e PDF (formatos livro e e-book) - junto com todos os contos e temas-livres anteriores e seguintes - neste blog pra baixar, ler, ouvir e curtir.


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Se eu pudesse voltar a ser criança...


Se eu pudesse voltar a ser criança,
eu trataria de brincar de casinha.
Iria brincar de papai e mamãe, de Alessandra e Alexandre,
leria mais gibis e menos revistas,
assistiria o "Balão Mágico" na TV todo dia pela manhã antes de ir pra escola.
Contemplaria lindas paisagens no orquidário e brincaria no playground da praia.
Eu cresci nos anos 80 curtindo momentos de alegria no cotidiano e aproveitando cada momento da minha infância.



Se eu pudesse voltar a ser criança,
eu trataria de viver sempre um momento de contos de fadas.



Eu voltaria a assistir "O Homem do Fundo do Mar" (Man from Atlantis) todo domingo a tarde na Record e curtiria bons momentos com Mark Harris todos os fins de semana.


Eu voltaria a ler livros de contos de fadas - como a de Rapunzel - , escutaria histórias fabulosas com final feliz antes de dormir.
Contemplaria um lugar encantado, cheio de magia, encanto e fantasia,
estaria em busca de um príncipe encantado,
aproveitaria momentos mágicos.
Eu vivi momentos de magia, encanto e fantasia lendo histórias infantis e só comecei a escrever meu primeiro conto aos 11 anos pelo fato de ter tanto aprendido a escutar histórias que minha tia ensinou.




Se eu pudesse voltar a ser criança,
começaria a usar pouca roupa e nadaria nua na piscina sem preocupação todo verão e continuaria assim até o início do outono.



Passearia pelas ruas, contemplaria paisagens inexploradas, brincaria de roda com as crianças e voltaria a assistir "Viajantes do Tempo" (Voyagers!) no SBT se eu fosse criança novamente.

Mas, cresci, sou uma mulher adulta e sei que estou na minha plenitude.
Só não posso esquecer os momentos da minha infância que eu já vivi. 





quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"Amigo extraterrestre": um poema sci-fi que também faz referência a Spock!



Tá na cara que Vitas faz o papel do "amigo extraterrestre" (e o resto dos fãs de Vitas - a maioria chineses - acham que Vitas é um amigo extraterrestre). Mas esse amigo extraterrestre não é Vitas que o interpreta: na verdade o "amigo extraterrestre" não somente é um poema meio que sci-fi (escrito por Rasul Gamzatóvitch Gamzatov), mas também se refere ao vulcano Sr. Spock (vivido na série de TV Jornada nas Estrelas e nos sete longas da mesma franquia Star Trek por Leonard Nimoy e no filme Star Trek de 2009 por Zachary Quinto). E Spock É o verdadeiro amigo extraterrestre, só que do planeta Vulcano. Por isso traduzimos ao pé da letra (do russo pro inglês pro português) e fazemos uma intercalação de screenshots tiradas dos filmes da franquia Star Trek (cortesia da Trekcore) - com divisão de 5 partes - e recriamos o poema ilustrativo sobre o Sr. Spock pra trekker nenhum (e pra ninguém) botar defeito. E postamos também um vídeo da canção Amigo Extraterrestre só com imagens do vulcano Sr. Spock - do primeiro ao mais recente.
Em tempo: Vida longa e próspera!






AMIGO EXTRATERRESTRE (CANÇÃO DO AMIGO DESCONHECIDO)
(Песня о неизвестном друге, 1987)
Música: Aleksandra Nikolaiévna Pakhmutova (1929-)
Poema em avar: Rasul Gamzatóvitch Gamzatov (1923-2003)
Tradução em russo: Yunna Petróvna Moritz (1937-)

(Aqui Vitas imagina (através do poema de Rasul Gamzatov, traduzido por Yunna Moritz) o amor de mais além de outros planetas, incluindo o planeta Vulcano, onde Spock nasceu.)



I.: AMIGO DE TODOS NÓS

Помимо тех друзей, что есть вокруг,
На свете существует тайный круг
Моих друзей незримых, неизвестных…
Я тоже чей-то неизвестный друг.

In addition to those friends that are around,
There is a secret circle
Of invisible and unknown friends.
I am also someone's unknown friend.

Além desses amigos que estão por aí, 
Há um círculo secreto 
De amigos invisíveis e desconhecidos. 
Eu também sou amigo desconhecido de alguém. 



II.: INIMIGO DOS INVEJOSOS

Помимо тех врагов, что есть и так,
На свете существует сто ватаг
Моих врагов незримых, неизвестных…
Я тоже чей-то неизвестный враг.

In addition to those enemies that are like this, 
There are a hundred gangs
Of invisible and unknown enemies.
I am also someone's unknown enemy.

Além desses inimigos que são assim,
Há centenas de gangues
De inimigos invisíveis e desconhecidos.
Eu também sou inimigo desconhecido de alguém. 



III.: UM PLANETA IMAGINÁVEL

Помимо тех планет, где жизни нет,
Летит, быть может, миллионы лет
К нам дальний свет незримых, неизвестных,
Но любящих и мыслящих планет.

In addition to those planets where there's no life,
We’ll may fly millions of light years away
To those invisible and unknown
But loving and thinking planets.

Além destes planetas onde não haja vida,
Quiçá possamos voar milhões de anos-luz de distância
À esses planetas invisíveis e desconhecidos
Mas adoráveis e imagináveis. 


IV.: ACORDO DE PAZ ENTRE ESTRANGEIROS

Быть может, там не льётся в битвах кровь,
А премия даётся за любовь,
За круг друзей незримых, неизвестных,
За братство существующих миров.

Instead of pouring their blood in battles
Awards may be won for love,
For a circle of invisible unknown friends
And for a brotherhood of the existing worlds.

Ao invés de derramar seu sangue em batalhas 
Talvez prêmios possam ser ganhos pelo amor, 
Pelo círculo de amigos invisíveis e desconhecidos 
E pela irmandade dos mundos existentes. 




V.: AMIGO VULCANO (E ESTRANGEIRO) NATO

Помимо тех друзей, что есть вокруг,
Быть может, есть инопланетный круг
Моих друзей незримых, неизвестных…
Я тоже их инопланетный друг.

In addition to those friends that are around,
There may exist an extraterrestrial circle
Of invisible and unknown friends.
I am also their extraterrestrial friend.

Além desses amigos que estão por aí, 
Talvez possa existir um círculo extraterrestre 
De amigos invisíveis e desconhecidos. 
Eu também sou o amigo extraterrestre deles.